Estes são os dois primeiros versos do hino composto para celebrar a restauração do concelho de Alcochete.
Corria o ano de 1895, quando em Diário do Governo (nº 220, de 30 de Setembro) se tornou pública a decisão de suprimir o concelho de Alcochete, cujas freguesias foram então anexadas ao concelho de Aldeia Galega (atual Montijo).
A partir de Outubro de 1895 inicia-se um período de dependência municipal relativamente à Aldeia Galega. A situação de dependência administrativa gerou sentimentos de angústia e de insubmissão por parte da população do extinto concelho, que despertou, simultaneamente, uma consciência de identidade municipal que foi progressivamente ganhando raízes.
A 15 de Janeiro de 1898 é publicado, no Diário de Governo, o Decreto que restaura os 51 concelhos anteriormente suprimidos, entre os quais o concelho de Alcochete. Após a euforia por esta decisão, tornou-se necessário recuperar todas as prerrogativas municipais e restabelecer a vida do Concelho.
A 25 de Janeiro é efetuada a sessão de instalação da Comissão Municipal do Concelho. Na presença da autoridade administrativa do Concelho – D. João Pacheco Pereira Coutinho e vogais nomeados para a Comissão, são eleitos o Presidente, D. António Luís Pereira Coutinho, o Vice-Presidente, José Luís da Cruz e os restantes vogais, Augusto Monteiro Forte, António Luís Nunes Júnior e João Baptista Lopes.
Como testemunho desta data foi fundada a Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898.
A Junta de Freguesia de Alcochete quer, por esta via, não só dar a conhecer este pedaço da nossa história, que orgulha todos os Alcochetanos, mas também exaltar mais um aniversário da Restauração do Concelho e dar os parabéns à Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898, que está intimamente ligada a esta data pela sua fundação.
Hino da Restauração
Povo, acorda p'rá glória
da nossa mãe e terra amada.
Leu e escreveu a vitória,
Alcochete restaurada.
És livre, és livre, portanto,
não há já que duvidar.
Haja riso cesse o pranto
e vamos todos a cantar.
refrão
Povo irmão valente,
nobre povo ingente,
se queres morrer
herói e vencedor
abraça a união
e dá-lhe o coração,
que terás a glória e o amor.
Se mais tarde a tirania
nos quiser martirizar,
basta apenas este dia
para nos desafrontar.
E se lermos o passado
na história livro fiel,
veremos com D. Manuel
o nosso nome gravado.
refrão
Povo irmão valente,
nobre povo ingente,
se queres morrer
herói e vencedor
abraça a união
e dá-lhe o coração,
que terás a glória e o amor.
Letra de Luís Cebola
Música de João Baptista Nunes Júnior